30 de dezembro de 2011

Cartas

Escrevi cartas pra mim. Meu plano era relê-las daqui a alguns anos pra não me esquecer de como me comportar. Deixei meu projeto de futuro bem escrito em letras caprichadas para que eu não desistisse dos meus sonhos e que os realizasse dando sempre o melhor de mim. Eram muitas, cada uma dizia para o meu eu futuro não esquecer meus ideais, nem minha moral e jamais perder a ética que criei ainda jovem.
Como o tempo passa e a gente acha que já é maduro suficientemente pra criar um novo plano de vida, esqueci de lado as cartas. Tinha fome de vida, queria aproveitar cada instante. E fui deixando de escrever e me esquecendo de ler. Porém, ao me ver perdida nos meus próprios ideais juvenis, lembrei que já houve outrora uma garota madura precocemente que vivia muito bem com ideais simples. Lembrei-me das cartas e fui relendo uma por uma. Onde estava aquela garota que acreditava no mundo, nas pessoas e no amor que existe nelas? Onde estava aquela garota disposta a fazer diferente, a encarar de frente e ser feliz a qualquer custo? Não a achei no espelho. Vasculhei aqui dentro e encontrei só um pedacinho dessa garota ideal, precisava refazê-la e foi o que fiz. Cada bilhete, cada carta passou a fazer parte da vida dela, lembrando-a sempre de acreditar.

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