Hospitais lotados, choro de criança em todos os corredores, sangue pingado no chão... Sangue e suor. Porém, meu suor não está pingado naquele chão, ele se pingou no poema que escrevi sobre uma escrivaninha de sucupira, bem talhada por sinal, debaixo de um bom ar condicionado, bebendo uma generosa dose de uísque que ganhei de um amigo que foi pra Europa.
O cheiro ardido daquele lugar branco me enche de ânsias. Cuspi naquele chão e me retirei! Nunca mais voltaria ali, tinha certeza. Que lugar horrível! Volto à minha pequena e decorada sala, no apartamento do Centro. No Centro do Meu Mundo. Prazer, sou o grande poeta (
ignorante), sou sábio, conheço o mundo... Mas não sei ficar dentro de um hospital.
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